segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

APRESENTAÇÃO DA POETA ADÉLIA DANIELLE

A partir dessa postagem, publicamos os poemas de currais-novenses premiados no último Concurso Luís Carlos Guimarães de Poesia. Adélia Danielle é uma delas. Foi menção honrosa e é dona de uma poesia lindamente instigante, estampada de quereres. Conheça um pouco de sua trajetória e de seus versos. E não esqueça de colorir um pouco o seu mundo visitando A Estampada!






DE ADÉLIA PARA O MUNDO


Na cidade de Currais Novos, em pleno Seridó potiguar, no décimo oitavo dia de Janeiro, do ano de 1980, vim ao mundo.
Menina esperada, por um casal e um irmãozinho de seis anos, deram-me o nome de Adélia, em homenagem a minha amadíssima avó materna, que assim também se chamava .
Cresci amando as palavras, dos versinhos no caderno da minha avó, dos livrinhos de faroeste do meu pai, aos gibis que ganhava semanalmente.
Escrever foi conseqüência de tantos livros, filmes, revistas e solidão.
Hoje sou mãe de um ser humano lindo, um menino, o João; a quem devoto incansavelmente amor e versos.
Estudo Ciências Sociais na UFRN, mas pretendo, o quanto antes, embarcar na viagem das Letras.
Há três anos tenho um blog, o “Estampada”, onde escrevo as poesias e as eventuais crônicas que nascem em mim.
Fui terceiro lugar no IV Concurso Zila Mamede de Poesia.
Sonho publicar em breve meu primeiro livro.


POESIAS PREMIADAS

I

Não queria ser assim
ter esse legado de
labirintos profundos
queria ser amplo
deserto promissor
esperando apenas
a água e a flor.

II


Nem laranja, nem verde, nem rosa choque.


Hoje só escrevo em marrom e forte roxo
sou inteira saudade.

III


Me insinuo a esse tempo
que não sei viver
faço parte de uma matilha
de lobas perdidas
Desencontrada
nos desejos e na realidade
tento fugir
Despercebida.

IV


Invado sem temer
esse sagrado e tênue
espaço
entre estar e ser.

V


Quem permitiu
que me amasse
sem receios?
sou mundana
insana e
tenho incertezas
até a terceira geração
Sou terra molhada pela chuva
quando forte o sol. Seco.

VI


Me dá teu jazz
o teu sexy
sorriso
a tua mão
curiosa
em meu seio
exibido.

VII


Vem doce cortando
a acidez da saliva
da palavra
falada e escrita
Traz um balançar
cadenciado
São teus
sorrisos
e olhares
amaciando minhas
carnes
para o abate
Fatal


Song 1


Sem você
com Yael Naim
em francês
em hebraico
em inglês
me pergunto
se o nosso
tempo já
não se fez

IX


Sendo ave
me fiz vôo.
Sentei naquele
tronco morto
vi o que o mar trazia
vi o que o mar levava
morei por anos
naquela tarde.
De água e sal
me fiz espuma.
derramei tempo
e parei por lá.
Até hoje tento sair
em lapsos na madrugada.

X


Não sou de açúcar
me adoço em versos



terça-feira, 25 de novembro de 2008

SEQUIDÃO

Dali






meu vestido branco

amanheceu manchado de sangue

não sei se eram meus ou teus

os desejos

expostos com uma vermelhidão

tão insana



ontem tomei banho de sol

e de braços nus

abri as janelas

e ofereci-me ao vendedor de pão.



PAULA ÉRICA

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

E o que é a Poesia?

O lindo desenho, intitulado "Ser tão de luz", é de Elina Carvalho


e o que é a poesia? se não o cheiro de café anunciando a manhã, meninas pulando corda, disco chiando na vitrola, passarinho cantando em tarde azul, a palavra bolandeira...? vamos, diga, e o que é a poesia? se não as badaladas do sino ao findar a tarde, um varal estampado de roupas, uma foto em preto e branco, pipas colorindo o céu e fazendo os meninos se sentirem passarinhos, a palavra poleiro, o cheiro de livro novo...? então, responda-me, por favor, o que é a poesia? se não a angústia diante do papel em branco, manga saboreada debaixo do pé, andar de trem no finzinho da tarde, as bachianas, canoas dançando com o balanço das águas, um vaqueiro aboiando, o primeiro dia de aula, cheirinho de lavanda, água de pote, primeiro chorinho de bebê, ler quintana, a descoberta das palavras "mamãe, como é que se escreve "meida"? "meida"?! e o que você quer escrever, meu filho?! o menino não pode jogar bola no "meida" rua...", tomar café com amigos, cheiro de chuva chegando, juras de amor "te amo! no colação! pá sempe...", a palavra poesia...?ora, vamos, isso é poesia???
Luma Carvalho
Para conhecer mais da poesia de Luma Carvalho, responda: E o que é a Poesia?

quinta-feira, 24 de julho de 2008

NOITE DA POESIA


O Grupo Casarão de Poesia convida toda a comunidade para participar da


NOITE DE POESIA


Durante o evento, que tem entrada franca, haverá performance poética do Grupo Casarão, recital livre, participação do Grupo de Chorinho da Fundação Cultural José Bezerra Gomes, além de apresentações musicais e sorteio de camisetas.


DATA: 26 de julho de 2008


HORÁRIO: 19h


LOCAL: Casa de Cultura Popular de Currais Novos

quarta-feira, 9 de julho de 2008

LUZIR




Aos que amam

há minha mão em concha,

Traga-me.

Dê-me.

Aceito um bocado.


Aos de sede

Água joga-se:

chuva

aguando

a espera solo

do barro derramado.



Poema da currais-novense Luciene Danvie que lhe rendeu uma menção honrosa no 4° Concurso de Poesias Zila Mamede. Para conhecer mais do seu talento literário, visite o Silêncio da Boca... É lindo!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

CURRAIS DE POESIA: Resultado do 4º Concurso de Poesias Zila Mamede

Zila Mamede
No dia 10 de junho de 2008, foi divulgado o resultado do 4º Concurso de Poesias Zila Mamede, promovido pelo jornal Potiguar Notícias, de Parnamirim. Dentre os 96 inscritos, 13 foram premiados. A minha alegria reside no destaque que CURRAIS NOVOS recebeu entre os classificados do Concurso, tendo em vista que o grande vencedor foi o poeta WESCLEY J. GAMA; o 3º lugar ficou para ADÉLIA DANIELLI; e duas das menções honrosas se endereçaram para esse CURRAIS DE POESIA: LUCIENE DANVIE e Eu, IARA MARIA CARVALHO. Com vistas a parabenizar a minha querida cidade e os seus poetas, as próximas postagens deste blog estarão recheadas de seus versos, dignos de reconhecimento.
PARABÉNS A CURRAIS NOVOS!
LOUVORES À POESIA!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

POEMA DE IARA CARVALHO

Edward Munch




CICLO



irrigaram mel

na minha veia



mês passado

menstruei formigas



IARA CARVALHO

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

POEMA DE LUCIENE DANVIE

Campos de Trigo, Van Gogh




LUZES



toda a minha visão,

todo o meu olhar,

todas as minhas mãos e pés

foram pra ti

que me fizeste luz

quando abri olhos



água, sal e terra

do mundo,estou

pulso

no vermelho

do insone coração



abra os teus olhos

há luz em mim



LUCIENE DANVIE*



* Poeta Currais-novense

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Kandinski




NATAL-MENINO



Eme Gomes*


Natal é tempo de infância,

de choro - menino,

de capim no campo árido do Seridó.



Natal é tempo de orvalho,

de bois ruminando,

de galos e girassóis.



Natal é broto

de meu Lírio da Paz,

é encontro de janelas

e luzes.



Natal é o beijo na essência de nós mesmos.




*Eme Gomes é escritora currais-novense e professora. Autora dos livros de ficção "O Despertar da Crisálida" e "O Cheiro da Origem". Conheça mais de sua atividade literária! Visite O Espartilho