DE ADÉLIA PARA O MUNDO
Na cidade de Currais Novos, em pleno Seridó potiguar, no décimo oitavo dia de Janeiro, do ano de 1980, vim ao mundo.
Menina esperada, por um casal e um irmãozinho de seis anos, deram-me o nome de Adélia, em homenagem a minha amadíssima avó materna, que assim também se chamava .
Cresci amando as palavras, dos versinhos no caderno da minha avó, dos livrinhos de faroeste do meu pai, aos gibis que ganhava semanalmente.
Escrever foi conseqüência de tantos livros, filmes, revistas e solidão.
Hoje sou mãe de um ser humano lindo, um menino, o João; a quem devoto incansavelmente amor e versos.
Estudo Ciências Sociais na UFRN, mas pretendo, o quanto antes, embarcar na viagem das Letras.
Há três anos tenho um blog, o “Estampada”, onde escrevo as poesias e as eventuais crônicas que nascem em mim.
Fui terceiro lugar no IV Concurso Zila Mamede de Poesia.
Sonho publicar em breve meu primeiro livro.
POESIAS PREMIADAS
I
Não queria ser assim
ter esse legado de
labirintos profundos
queria ser amplo
deserto promissor
esperando apenas
a água e a flor.
II
Nem laranja, nem verde, nem rosa choque.
Hoje só escrevo em marrom e forte roxo
sou inteira saudade.
III
Me insinuo a esse tempo
que não sei viver
faço parte de uma matilha
de lobas perdidas
Desencontrada
nos desejos e na realidade
tento fugir
Despercebida.
IV
Invado sem temer
esse sagrado e tênue
espaço
entre estar e ser.
V
Quem permitiu
que me amasse
sem receios?
sou mundana
insana e
tenho incertezas
até a terceira geração
Sou terra molhada pela chuva
quando forte o sol. Seco.
VI
Me dá teu jazz
o teu sexy
sorriso
a tua mão
curiosa
em meu seio
exibido.
VII
Vem doce cortando
a acidez da saliva
da palavra
falada e escrita
Traz um balançar
cadenciado
São teus
sorrisos
e olhares
amaciando minhas
carnes
para o abate
Fatal
Song 1
Sem você
com Yael Naim
em francês
em hebraico
em inglês
me pergunto
se o nosso
tempo já
não se fez
IX
Sendo ave
me fiz vôo.
Sentei naquele
tronco morto
vi o que o mar trazia
vi o que o mar levava
morei por anos
naquela tarde.
De água e sal
me fiz espuma.
derramei tempo
e parei por lá.
Até hoje tento sair
em lapsos na madrugada.
X
Não sou de açúcar
me adoço em versos